Eu queria tanto encontrar uma pessoa como eu, com quem eu pudesse conversar alguma coisa sobre mim. Dispenso confissões. Ela falaria também, mas seriam as mesmas coisas. Eu queria que o espelho ganhasse vida, ou algo assim. Queria alguém que discordasse nos momentos oportunos e concordasse quando fosse necessário. Alguém com os mesmos níveis de ironia, gosto por coisas babacas e autoestima. Alguém pra ir tomar no cu quando eu mandar, pra tomar meu cu e enfiar algo nele quando eu merecer.
Todas as minhas exigências são porque queria alguém para exigir algo de mim. E que me mandasse deixar o guarda-chuva em casa sempre, foda-se se o Rio é a nova Londres. Não é para ser um romance, não é para ser um caso de família. É alguém que sou eu e que conversa comigo sem eu precisar fazer a maluca que fala sozinha. Eu quero um clone, uma cópia, porque confio que seremos diferentes, que seremos que nem eu na tpm, com dupla personalidade.
E é isso, basicamente, uma vaidade degradante, o que eu mais espero pros próximos dias da minha vida; eu.