ele pensa e não diz
onde tem muita água
tudo é feliz.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

metalingüística (ou minha outra personalidade)

Lai:

Risos.

Ahn...Sei lá, de primeira eu achei muito legal, mas depois, sei lá; é uma vida inteira me fazendo passar por outra pessoa só porque ele estava ali.(ai meldels. ok, entrei em pensamentos profundos demais agora e blablabla. acho que eu preciso postar algo no blog. enfim, broxei muito de ir =/)

domingo, 16 de novembro de 2008

Hoje acordei meio

Desconexamente desesperada e acometida por uma ânsia louca ainda que reticente e tímida por deixar vestígios de prosa poética e poesia prosaica (perdoem-me a infâmia).
Tresloucada.
Descabelo em pessoa.
Detestando filhos únicos e egoístas.
Com uma ligeira e imensa necessidade de citar o roqueiro que quis tanto que quando conseguiu, não o teve:
"Eu sou o pior naquilo que faço e por esse presente me sinto honrado."


E bem sei que não é bem verdade. Melhor ser o pior do que ser medíocre.
Posso citar "Móveis" agora?


Acho que acordei meio Chay hoje.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Sobre o tempo

A ampulheta ficava na sala de estar. Mais ou menos um metro e meio de altura, mas tinha-se a impressão de que crescia mais todo dia; que bom que o teto era alto. Durava um dia inteiro; precisava ser virada ao contrário a cada meia-noite. E assim que o relógio de pêndulo dava a décima segunda badalada, a areia acabava e ele já estava a postos para girá-la. A mulher ajudava e quase sempre conseguiam, mesmo com todo aquele peso. Às vezes ela atrasava ou adiantava um pouco, mas nada que alguns esforços a mais não resolvessem.
Os filhos nunca entenderam o porquê daquilo, sempre acharam uma grande besteira, mas foram educados de modo a respeitar e nunca mexer no “artefato sagrado” (e sempre impecavelmente limpo) dos pais. Na verdade, sentiam um certo ciúme da importância que os pais davam aquilo, principalmente depois de um dia, saindo de suas camas na pontinha dos pés terem visto que os pais desciam do sótão que vivia sempre trancado, dizendo:
_Mas os nossos pequenos vêm dando mais trabalho que a ampulheta da sala! _ E os tais pequenos resolveram, silenciosamente, nunca mais comentar ou sequer pensar no ocorrido, tristes demais pra acreditar naquilo.
Com o passar dos anos, o filho mais velho foi estudar fora e, a partir de então, o casal começou a tentar fazer a filha mais moça se interessar pelo antigo objeto. A menina, porém, odiava aquele “bagulho”, parecia até ter desenvolvido uma certa fobia em relação a ele. Foi ficando mais velha e nem falava naquilo, evitava passar perto. Até que um belo dia saiu de casa, deixando os pais sozinhos para concretizar o seu “ritual da meia noite”. Nunca ficavam doentes ou indispostos e pareciam envelhecer mais devagar que as outras pessoas.
A filha casou-se, teve filhos. E como tinha um certo remorso por ter abandonado os pais quando mais jovem, acabou por levar as crianças para passar um domingo na casa dos avós. Os dois meninos arregalaram os olhos assim que viram a ampulheta e lá foi o avô tentar interessá-los pelo antigo relógio.


lalalalala


Estava na cozinha, relembrando algumas datas já há muito idas, quando ouviu um barulho de vidro quebrando-se na sala e de repente sua mãe caiu no chão desmaiada. Não entendeu o motivo do desmaio e como não conseguia reanimá-la, chamou uma ambulância, que parecia não chegar nunca e seu pai parecia mais preocupado em consertar a ampulheta que os netos derrubaram e quebraram, fazendo a areia escorrer para fora do que com a própria esposa.
Dois dias depois, a avó estava internada, em coma e os médicos não conseguiam descobrir o que tinha; parecia que simplesmente tinham “tirado a velha da tomada”. Enquanto isso, o avô catava a areia derramada sozinho, determinado não perder nenhum grão. Depois de catá-los todos, chamou um vidraceiro amigo seu. Sujeito estranho, usava umas calças largas e um chapéu com um quê de oriental, mas que reparou o vidro quebrado em um instante, fazendo com que voltasse a funcionar.
A avó teve uma melhora milagrosa. E no dia seguinte, quando o avô acertou o horário da ampulheta, ficou tão bem que teve alta; parecia não ter lhe acontecido nada.
Ao chegarem em casa, a filha olhou nos olhos do pai e franziu as sobrancelhas. Lembrou-se de quando ainda era criança e o irmão esbarrou no “bagulho”, causando uma rachadura. A mãe ficou de cama e só melhorou quando um velho amigo do pai foi visitá-los. Depois disso o irmão, que sempre fora tão carinhoso com a família, viajou com o pretexto de estudar na Europa e quase nunca escrevia, muito menos aparecia.
O avô olhava a filha como se pedisse perdão, mas esta apenas pegou os filhos pelas mãos e dirigiu-se para a porta, decidida a sair para nunca mais voltar para aquela maluquice.
Foi impedida pela mãe, que, parada na frente da porta, apoiava-se em outra ampulheta, de mais de um metro de altura e equilibrava em cada mão uma ampulhetinha de mais ou menos vinte centímetros, dizendo:
_Vai, mas agora cuida do que é teu.

sábado, 8 de novembro de 2008

A perca da Áurea

Corroendo-me. Clichê e sufocante. Faço tudo aquilo que nunca quis que fizessem comigo. Sinto-me como nunca antes. Desejo o que não devia. Cansei de fingir que ligo pra tudo isso. Sofro, sem razão.
Quem sentiu a tristeza uma vez, não será mais a mesma pessoa. Foi invadida pelo desconhecido e teme encontrá-lo de novo, mas não mede forças para ter de volta aquilo que a maldita causou, mesmo sabendo que pode tê-la novamente em seus braços, pra nunca mais largar.
Espero profundamente que tudo isso seja uma grande besteira. Vou acordar e você estará lá, sem nunca ter saído.




PS: Por favor, não comentem nesse.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

As flores têm cheiro de morte

_Então, será que o senhor poderia falar algo? É que o silêncio está pairando incomodamente entre nós, sabe? Eu sei que eu bem que poderia puxar um assunto, mas como fui eu que tive a idéia, gostaria que o senhor tivesse a honra de escolher o tema da conversa.

...


_Só umas palavrinhas, vai? Um ruidinho, um grunhido que seja. Oh, desculpe, sabemos que o senhor não é porco, mas qualquer sonzinho ajuda...Isso aqui é tão silencioso, tão melancólico que nós achamos que...Tudo bem, paramos, o senhor não é muito de conversa mesmo.


E o morto continua lá, gélido e mudo, dentro de seu caixão recém-enterrado, enquanto as rosas, indignadas com a sua falta de educação, continuam a tagarelar, agora entre si.

Até que chega o inverno e, murchas e com frio desistem e calam as bocas.
Cansei de mim, fale agora de você. Serei toda ouvidos (ou no caso, olhos). E se o meu egoísmo conseguir superar a