ele pensa e não diz
onde tem muita água
tudo é feliz.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O Primeiro Pronome Sempre Será 'Nós'

O título não me deixa mentir; aqui viria uma crônica de assunto profundo, que me tomava certo tempo para escolher as palavras certas e colocá-las no lugar mais adequado. Procurava voltar aos escritos mais bem-organizados, menos egoístas (ainda assim seriam desabafos, porém maquiados, travestidos em coisa séria ou espirituosa).
Vejam bem, eu tentei. E no topo de coisas bizarras que atrapalham a escrita, vai o meu ocorrido: meu pedaço de pele colorida coçava como nunca. Ou melhor, coçava como sarna, sem brincadeira. E compreendam e levem como conselho de vida que coçar a tatuagem é como vontade de fazer xixi quando se está bebendo: depois da primeira vez que se faz, as próximas vezes se farão necessárias em intervalos cada vez mais curtos e com intensidade cada vez maior.
Após tanta cultura inútil, acreditem-me, o primeiro pronome sempre será 'nós'. Seja qual for a ocasião.

domingo, 25 de julho de 2010

As Crônicas de Nárnia

Ingredientes:

25 g de gelatina incolor sem sabor
250 ml de água
400 g de açúcar
1/4 colher (chá) de ácido cítrico
1/4 colher (chá) de essência de baunilha
2 colheres (chá) de água de rosas
Corante alimentício rosa (opcional)
50 g de açúcar de confeiteiro
25 g de maisena

Modo de Preparo:

Numa panela, dissolva a gelatina na água e espere hidratar. Junte
o açúcar e o ácido cítrico e leve ao fogo baixo, mexendo sempre
até dissolver completamente. Aumente o fogo e deixe ferver por 20
minutos sem mexer. Tire do fogo e deixe descansar por 10 minutos.
Junte a essência de baunilha, a água de rosas e o corante, se for
usar. Despeje numa forma molhada e deixe descoberta, em local
fresco, por 24 horas. Desenforme o manjar turco e corte em
quadrados. Misture a maisena e o açúcar de confeiteiro e
peneire-os sobre um papel absorvente. Passe os quadrados do doce
nessa mistura, de todos os lados.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Trago A Pessoa Amda em Três HTML

Passo-a-passo:

1- escolha o indivíduo que mais lhe agradar, de preferência na lista amiga da festa em que fores na próxima sexta-feira;
2-acesse o perfil do site de relacionamentos do tal e deixe a seguinte mensagem: 'pâncreas';
3- aguarde a resposta e se essa for amigável, insista no assunto. Do contrário, tente novamente, com outrem;
4- na sexta-feira, aborde a pessoa com um simpático 'tá cuidando bem do meu pâncreas?'. E, se ela for novamente amigável, continue puxando asunto; deixe-a falar sobre a própria vida e as próprias glândulas;
5- ao final da festa, faça uma despedida calorosa;
6- aguarde alguns dias e convide-a para mais uma confraternização de sexta-feira;





e aí, colega, se vocês não casarem, eu não sei de mais nada nesse mundo.

P.S.: Funcionou comigo.
P.P.S.: Não, ainda não casei, mas é quase isso.
P.P.P.S.: Mentira. A parte do casamento.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Bobagem

Dentro do vazio cabe o infinito.
Dentro do infinito cabe o vazio.

Não acho bonitinho, nem simpático, nem combina comigo.
Só achei real. Decidi tomar um banho do real que é imaginário.
E tudo aquilo que é material (e, portanto, inclui eu, você e todos os mundos) cabe no imaterial. Mas onde ele está guardado já não sei.
Uma mão do espírito alienista para tratar dos corações alienados. Eis aqui a obra-não-prima, a persona non grata.
Recipiente não existe
onde a consciência caiba.

domingo, 4 de julho de 2010

~.~

Eu gosto desse fundo azul. Por isso voltei.

Eutanásia Não É o Nome

A tela do computador só mostrava aquelas formas esquisitas, entrando e saindo em si mesmas, como se fosse um órgão funcionando bem que de repente entra em pane. Os velhos fones chatos nem pesam mais nos ouvidos, adaptam-se antes de tocá-los. O pedaço de cabelo rebelde teima em cair no olho só pra, em certo momento, deixar de teimar e fazer com que indicador faça cócegas na testa até que o cacho desça de novo e recomece a brincadeira de enrolá-lo até tornar-se negro-azul.
Sabia que essa música ia ser boa. Olha só esse nome. Jamais desapontaria, é demasiado inspirador. E ninguém lhe fala o que fazer, nem lhe conta sobre desventuras, ou relata algum amor além de qualquer expectativa. Instrumental entorpece, desta vez, de forma benvinda.
A sensação de que as sinapses tornam-se mais lentas voltou. O cheiro do café_que não fica pronto nunca_ajuda. Não botou água de propósito, vai quebrar a cafeteira. Pro diabo com o manter-se-acordado pra sempre até a próxima quinta. Nunca vai dar conta de tudo. E agora, pra piorar, falam. Ali ao lado, num idioma que só não é completamente novo, porque é o que sempre falou em vida.
A explosão da canção que segue provoca sérios sangramentos do globo ocular esquerdo. Vai explodir. Não se pode desligar os aparelhos. Aperte o pause para ver o que acontece e a mãe chega para dar bronca, não mexe assim no brinquedo do coleguinha.
Do umbigo notam-se movimentos inesperados. A anestesia vai fazer efeito. A múmia levanta, não é paciente agora que a canção é de amor. Chega, vai, dá um fim nisso. Sua música não vai salvar ninguém.

Special thanks to The Slackers.