Sentou-se no assento ao lado do meu. Cheguei pro canto o máximo que pude; ela esboçou um sorriso. Me espremi contra a janela, ela chegou-se mais pro meu lado. Perguntei de uma vez, pois não aguentaria aquilo por muito mais tempo:
_Muito bem, o que você quer?
A voz dela era cortante, um tanto metálica:
_Você sabe, você sabe..._ E então me olhou como se nunca antes me tivesse visto, o que fez com que eu tivesse um sobressalto. _ Não se espante, não. Sabes muito bem que cedo ou tarde me encontraria.
_Eu ainda tinha esperanças.
_Eu sei, eu sei. Fugiste do país. Mudaste de endereço por quatro vezes. Plástica no nariz, cabelo cortado, pintado, alisado, lipoaspiração. Mas eu te reconheço até assim.
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